segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Sofá Novo (narrativa do Estopa)

Hum! Acho que hoje é dia de limpeza! De novo?! É dia que não tenho sossego!
E ela parece agitada... será que vai acontecer alguma coisa diferente?
Pegou aquele aparelho e está falando sozinha, e parece que alguém está levando bronca.

Agora ela foi para o banho... Então acho que está tudo bem. Vou dar um cochilo.

ZZZZZZZ

Trim... Ops! Aquele aparelhinho que anuncia a chegada de intrusos! Quem será?
Ih! Parece que ela está nervosa...
Barulhos no corredor lá fora. Ela abriu a porta...
Nossa! Dois caras enormes carregando uma coisa bem grande!
Uau! Barulho de sacola plástica... Adoro sacolas plásticas... e esta é das grandes!
Ela está agitada e falando bastante. Que barulhão! Vou me esconder.
...
A porta bateu. Silêncio...
Acho que vou lá verificar o que está acontecendo.
Olha só... a coisa grande ficou! Vamos explorar

O cheiro é bom (sem cheiro de outros gatos)
Hum... É macio. Dá pra dormir nele...

ZZZZZZZZZ

(Gato espreguiçando)
Gostei disso! É bom pra dormir. Bem confortável.
Vamos continuar explorando...

Ah! Esta parte aqui é mais firme e ...Uau! Dá para afiar as unhas!

Trech... trech... trech...

Ih! Acho que me empolguei! Soltou um monte de fios!
Ai, caramba! Nem quero ver a hora que ela chegar! Vou levar uma bronca daquelas. É melhor eu me esconder e nem aparecer na sala, na hora que ela chegar...

Obs.: Mas vou adotá-lo como afiador de unhas preferido.


Estopa curtindo seu sofá / afiador de unhas

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Sofá novo

Quando fui morar sozinha e mudei para meu primeiro apartamento, carreguei poucos objetos comigo. Nem precisou de um caminhão de mudança. Tinha só o básico – um colchão, umas louças, talheres e panelas que ganhei da minha mãe, uma pequena TV que ficava no meu quarto, minhas roupas e muitos livros.
Devagar fui mobiliando meu novo lar. Primeiro, o essencial: fogão, geladeira e um armário para o quarto. Depois, aos poucos, vieram as outras coisas.
Com o tempo foi ficando difícil chegar à noite do trabalho, cansada, e ter que sentar no chão ou num banco de madeira... não dava pra relaxar. Então, assim que pude, comprei um pequeno sofá.
Escolhi um modelo simples de dois lugares, de tecido de tapeçaria, riscadinho colorido, mas de cores escuras. Na loja, marcamos um dia para a entrega e como eu começava ao meio dia no trabalho, pedi que fossem entregar na parte da manhã. Tinha receio de deixar a chave na portaria e eles deixarem o Estopa escapar.
Um dia antes, confirmaram a entrega.
A manhã foi passando e nada do sofá chegar. Quando estava saindo para trabalhar, toca o interfone! O sofá chegou! Pedi que subissem rápido, pra não me atrasar demais para ir trabalhar. Mesmo assim, até que tirassem o sofá do caminhão, entrassem no prédio, subissem no elevador... pelo menos uns vinte minutos. Nisso, já estava super atrasada.
Eles colocaram o sofá no lugar que indiquei, tiraram o plástico e pediram que eu verificasse se estava tudo OK. Mal olhei para o sofá e rapidamente assinei a nota de entrega. Só pensava em dispensar os entregadores e sair pra trabalhar. Peguei a bolsa e saí correndo.

Voltei pra casa, louca para estrear o sofá e poder relaxar! Quando cheguei, já estava escuro, como de costume. Ainda não tinha cortinas na sala e as luzes da igreja ao lado do prédio iluminavam minha sala. Abro a porta e olho para o sofá, com mais atenção do que na hora que os rapazes o entregaram. De repente, meus olhos notaram algo estranho. Num dos apoios de braço, vi que havia vários fios pendurados.
Caramba! Isso é que dar ter pressa - pensei. Os caras trouxeram um sofá com defeito. Eu nem reparei que ele já estava todo desfiado! Fechei a porta, acendi a luz e cheguei mais perto do sofá... Nossa, que estrago!
Mas, retrocedendo um pouco na memória, percebi que tinha olhado sim para o sofá, só não tinha registrado muito bem, porque estava com toda aquela pressa! E não me lembrava de ter algo tão evidente que, com certeza, chamaria minha atenção. Além do mais, cadê o Estopa? (Sempre que eu chegava em casa, ele vinha me esperar na porta. Só não aparecia, quando sabia de antemão que iria levar bronca por algo errado que tivesse feito).
Tinha sido ele!
- ESTOPA!!! Chamei bem alto..., mas ele não apareceu. Sacou que a coisa ia ferver pro lado dele.
Fiquei uns bons minutos tentando recuperar o braço do sofá, com uma agulha de crochê e uma tesoura pequena.
Foi difícil tirar este terrível hábito dele e a agulha de crochê entrou várias vezes em ação. Mas no fundo, ele sabia que estava fazendo errado, pois ele só se atrevia a afiar as unhas no sofá quando eu não estava em casa, ou dormindo!
Ah... Gatinho danado!


terça-feira, 25 de outubro de 2016

O primeiro... Viva!

Quando fui morar sozinha, a primeira providência que tomei foi arrumar um gatinho pra morar comigo.
Opções não faltavam, já que onde eu trabalhava sempre sabíamos de animais para adoção, mas ganhei um muito especial, presente de minha querida amiga Mirian. A gata dela estava prenha e ela já tinha me prometido um filhote...
Fui visitar a ninhada. Eram cinco lindos bebês.


Logo me apaixonei por um: Ele era quase todo branco, mas tinha umas leves manchas bege no dorso. Era um macho. Uma graça. Escolha feita, aguardei ansiosamente o dia que poderia levá-lo para casa.

Antes mesmo de trazê-lo para casa, fiquei horas pensando qual seria seu nome. Queria um nome curto, fácil e de impacto... (bom também na hora de dar uma bronca...!!!). Um nome veio à cabeça: Paco. Hum! Acho que seria uma boa opção.
Chegou o dia de buscá-lo. Peguei-o nas vésperas do Natal. Como fui passar as festas com a família no interior, na casa da minha tia, carreguei Paco comigo, que foi a sensação daquele Natal. A ala da família que gosta de bichos se encantou com ele. Brincava sem cansar. Explorava todo e qualquer espaço.
Quem não curtiu muito foi o Buba, gato da minha tia, que não estava muito a fim de tanta brincadeira, mas o Paco não se importava e tudo era motivo pra correr e rolar pela casa. Ele se enfiava embaixo das camas, dos móveis, trazendo consigo alguns pelos acumulados do Buba.

Observando as estripulias do gatinho, meu tio fez um comentário interessante: Puxa esse bichinho está limpando a casa toda; parece um pedaço de estopa! Todo mundo caiu na risada! E não é que ele tinha me dado uma boa ideia?!
Então, o Paco voltou pra casa com outro nome, que foi o seu para o resto da vida: Estopa!

Obs.: Estopa, pra quem não sabe, é um emaranhado de fios que normalmente é usado por mecânicos para limpeza de peças. Meu pai usava bastante!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Vida adulta & Profissão

Já na faculdade, queria ter contato com todos os tipos de bichos e logo saber como cuidar deles! No primeiro ano, estava sempre andando pelos corredores próximos ao hospital veterinário para interagir com os animais.
Não raro via um dono olhando com estranheza para o cão que eu acariciava, dizendo que era bravo e que não gostava que estranhos..., mas acho que eu chegava com tanto carinho que o animal não reagia.
Por outro lado, nesta fase do curso, nosso contato com os animais era muito pequeno e também sofri muito por ver como os animais eram mantidos no canil e a maneira como os cães eram sacrificados para nossas aulas práticas de anatomia. Os dois primeiros anos de faculdade foram difíceis e quase desisti de terminar o curso e seguir a profissão. Mas de qualquer forma, o destino colocou as pessoas certas no meu caminho e acabei terminando a faculdade e exercendo a profissão por pouco mais de 20 anos.

Nesse período, vi de tudo um pouco. Aprendi muita coisa. Vivenciei cenas inesquecíveis! Poder estar perto de tantos bichos, isso sempre fez vibrar o amor dentro do meu coração.
Tive muitas decepções com pessoas, até porque construí expectativas em cima delas, eu sei. Mas, em momento algum, meu carinho e afeição pelos animais mudou ou acredito que irá mudar.

Hj moro num lugar onde tenho novamente a oportunidade de ter mais contato com a natureza e me vejo curtindo as mesmas coisas da minha infância. Joaninhas de todos os tipos, lagartas se transformando em lindas borboletas, lindos pássaros com seus cantos e até mesmo os vagalumes que fazia muito tempo que não via mais!!!! Mas hoje já não sinto mais a necessidade de colocá-los em caixas, garrafas ou gaiolas (com o tempo vamos ficando mais sensatos!).

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Amarelinho!

O único bichinho que consegui ter em casa, quando morava com meus pais, foi um canário. O nome dele era Roberto Carlos, escolhi o nome porque ele cantava demais e seu canto era magnífico. Ele era amarelo e tinha um topete marron, que lhe dava um charme especial. Foi presente do meu padrinho, o vô Juca. Talvez por ser um presente dele, meus pais aceitaram, mas o canarinho se tornou alvo de muita polêmica... Quando chegavam as férias, meu pai queria viajar, então tínhamos que arrumar um lugar pra deixar o RC...O triste é que ele ficava meio deprimido por ter que mudar de casa e quando íamos buscá-lo de volta, ficava dias sem cantar e a pessoa que cuidava dele nesse período dizia que ele quase nem comia. Outro problema era a limpeza da gaiola! Minha mãe brigava comigo quase todos os dias, porque como eu quis ter o passarinho, era obrigação minha cuidar dele, comprando comida, limpando a gaiola, colocando ele um pouco no sol... Olha, era um pé no saco! Mas hoje sei que minha mãe tinha razão.

Depois de um tempo, o Roberto ganhou um companheiro, que ,obviamente, recebeu o nome de Erasmo, mas ele não era meu e ficou provisoriamente em casa, porque na verdade era um presente que minha tia (a mesma que era dona do Dique e do Banzé) pediu para o meu padrinho, que era criador de canários. O RC e o Erasmo tornaram-se super chegados e cantavam feito doidos, quase o tempo todo, principalmente nos dias ensolarados; era uma dupla e tanto. Parecia até que competiam pra ver quem cantava mais e melhor!
E aí, quando chegou a hora de levar o Erasmo pra minha tia, meus pais me convenceram de que seria melhor que levássemos também o Roberto... e a dupla foi cantar em outro quintal.

Hoje não sou a favor de prender pássaros em gaiolas, mas me lembro que na época afeiçoei-me muito ao Roberto Carlos e ter ele por perto era um motivo de muita alegria pra mim!

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Boas lembranças da infância

Alguns bichos marcaram minha infância. Lembro-me bem do Dique e do Banzé. Eles eram cachorros de uma tia, irmã da minha mãe. Gostava especialmente do Dique, pois ele ficava tomando conta da fábrica do meu tio e me parecia bastante carente. Íamos pouco na casa desta minha tia, mas quando sabia que ia,ficava ansiosa pra chegar logo o dia pra poder brincar com eles. Ficava horas acariciando o Dique e conversando com ele e acho que ele também gostava disso, pois mal se mexia.
Na foto, meu irmão Ricardo, eu e o Banzé (preferido de minha tia!)


Também me recordo do Jerry. Era um pastor preto, muito temido pela vizinhança. As pessoas atravessavam a rua para não passar em frente à casa do pintor, vigiada 24 horas pelo Jerry. Mas o Jerry gostava de mim e eu também dele. Eu era uma das poucas pessoas que não precisava atravessar a rua, quando chegava perto da casa do Sr. João. E, aos poucos, fui ganhando a intimidade deste cão tão temido. Parava na frente da casa e fazia uns carinhos nele, que agradecia abanando o rabo,ou lambendo minhas mãos. Depois de um tempo, o Jerry passou a me esperar na esquina. Ganhava seus carinhos, caminhávamos juntos até a frente da sua casa, mais uns carinhos e nos despedíamos, aí eu seguia para minha casa e ele pulava o muro e entrava na sua.
De vez em quando, conversava com o dono do Jerry, que se espantava com a fidelidade de seu cão para comigo. Um dia ele comentou que o Jerry era louco por um pedaço de goiabada, na época também meu doce predileto!!! Então, para agradar meu amigão, de vez em quando levava um pedaço deste doce pra ele, escondido na minha mala, no meio do material escolar. Mas vou dizer que, se eu não encontrava com ele na ida, era difícil guardar o doce pra depois. KKKKKKK!!


Na época do colegial (hoje ensino médio), também arrumei um amigo de 4 patas. Era um gato branco e preto (famoso Frajola), que perambulava pela rua onde morava. Nem sei se ele tinha dono, mas o danado era esperto e logo aprendeu o horário que eu voltava da escola e ia me esperar na esquina. Também aprendeu onde era a cozinha da minha casa, e a visitava justamente na hora do almoço (nada bobo). Como eu me sentava perto da porta, era mais ou menos tranquilo dar alguma coisa interessante pra ele sem que minha mãe visse, pois o danado se sentava embaixo da minha cadeira e esperava a comida sem dar um miado, mas hoje penso que minha mãe fazia vista grossa e fingia que não via o gato. O duro era dispensar o meu amigo aos sábados e domingos, pois quando meu pai estava em casa era perigoso!...Ah se ele visse o gato ia dar a maior briga!!!
Até que um dia ele não apareceu na esquina e nem entrou mais no quintal. Nem no dia seguinte e nem depois...Não sei o que aconteceu com ele, mas naquela época era muito comum gatos morrerem envenenados ou atropelados. Mas vamos pensar na melhor das hipóteses... ele tinha um dono que se mudou para outro lugar....

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Quando tudo começou?

Bom, desde pequena gostava da companhia dos animais. E não era uma coisa genética ou mesmo um costume de família, já que meus pais não gostavam. Sempre quis ter um animal de estimação, mas meus pais não eram a favor.

Lembro-me de uma vez, eu devia estar com uns 9 anos. Apareceram uns gatinhos abandonados numa casa também abandonada e que estava à venda perto de casa. Resolvi defender a causa de pegar um deles pra cuidar, aproveitando a presença da minha tia, pois sabia que ela ia dar o maior apoio. Achei que meu pai pudesse ceder... Tentamos convencê-lo de todas as formas, a princípio com jeitinho, depois de uma forma mais insistente e o resultado foi uma briga danada, que me fez chorar muito e minha tia e ele brigarem. Resultado: fiquei uns dias na casa da minha tia até a raiva e a tristeza passarem!

Até hoje não entendo porque meus pais eram tão contra ter um animal de estimação em casa. Por isso só pude ter meu primeiro gato quando fui morar sozinha. Neste intervalo, fazia lá minhas “amizades” por aí. Por sorte sempre “tropeçava” em algum bichinho pelo caminho. Era um gato da rua, o cachorro de um vizinho, de conhecidos ou de algum parente.

Também não era raro ter famílias de joaninhas dentro de caixas de fósforo, ou colocar lagartas em caixas de sapato, esperando que se transformassem em borboletas. Quando íamos para o litoral, passar as férias na casa do meu avô, adorava colecionar vagalumes e os prendia em potes de vidro, para soltá-los à noite no meu quarto e vê-los brilhar antes de dormir. Mas é claro que eles não brilhavam tanto! Deviam estar infelizes por estarem presos..